terça-feira, 17 de maio de 2016

Dinâmica de aula prazerosa com o filme: "Entre os muros da escola"-17/05/2016




Cursistas do Normal Médio, turma 2016 da Escola Estadual Antônio João Ribeiro, participam de uma aula prazerosa com o filme "ENTRE OS MUROS DA ESCOLA".
Esta atividade foi planejada pelas professoras das disciplinas: Filosofia da Educação- Zulmária Melo e Sociologia da Educação- Vera Janne e Elisângela Barros.








Nossos estudantes demonstraram bastante entusiasmo durante o filme. Foi solicitado uma apreciação criteriosa do filme.


Turmas A e B_ Curso Técnico Normal Médio

 “Entre os muros…” foi filmado com ares de documentário. O próprio professor e autor do livro – François Bégaudeau – atua como o professor protagonista do filme; os demais personagens – professores, alunos, pais de alunos etc. – também não são atores profissionais. Essa escolha do diretor traz um desconcertante realismo ao filme e atinge um ponto crucial para se pensar nessa crise difusa e mal definida da escola: a vulnerabilidade de alunos e professores frente a uma realidade social desigual e injusta.
O filme retrata uma escola pública na periferia de Paris e as relações entre os sujeitos da escola nas mais diversas situações: sala dos professores, conselho de classe, conselho disciplinar, pátio, reunião de pais e mestres e, especialmente, na sala de aula da sétima série nas aulas de língua francesa do professor Marin (François Bégaudeau).


 As palavras dos professores revelam uma crise na profissão de professor que exige uma análise profunda e cuidadosa. De maneira breve, pode-se dizer que grande parte da explicação para esse desconforto está nas más condições de trabalho enfrentadas por esses profissionais. No filme, não há referências a salários baixos. Não há como afirmar em que patamar social esses professores se encontram na França. Ou seja, seguindo a discussão do filme, não há como afirmar se os professores de ensino fundamental ganham tão pouco quanto no Brasil, mas é certo que, da mesma forma que aqui, não conseguem concretizar seu trabalho.
A escola em que se passa o filme, tem como característica marcante a diversidade étnica e social. Os alunos são de origens muito diversas e, em se tratando de um país em que a escola pública é frequentada por diferentes classes sociais, possuem experiências sociais também muito diversas. Há famílias, por exemplo, que não dominam a língua francesa, como é o caso da família do aluno Wey, que é chinesa; ou não falam francês de forma alguma, como é o caso da mãe do aluno malês Souleymane.
É com esse aluno que se passa o momento mais delicado e tocante do filme. Souleymane é um menino que responde aos professores, fala palavrões em sala de aula, briga com frequência. No entanto, é querido por seus colegas e sua mãe garante que é bom filho. Na verdade, Soulemayne não acredita   mais na escola, assim como muitos de seus colegas e deixa isso bem claro no seu modo “insolente” de se comportar.




No entanto, em uma das tarefas pedidas pelo professor Marin, em que cada aluno deveria fazer seu autorretrato, Souleymane destaca-se usando a fotografia. O professor valoriza seu trabalho e ele consegue superar suas dificuldades de escrita, atingindo o objetivo proposto. Esse fato isolado, infelizmente, não é capaz de transformar o destino do menino, que acaba sendo expulso da escola. Fica claro no filme que o professor Marin não se sente confortável com a situação. Ele sabe que a expulsão só prejudicará Souleymane, mas não consegue agir de forma que o livre disso.
Em “Entre os muros…” fica claro que os professores procuram ter uma postura democrática na escola, embora ela continue regida por um sistema que prioriza a separação entre melhores e piores a formação de indivíduos. Há a participação de pais de alunos e de representantes dos alunos nas reuniões, embora essa presença não garanta transformações. Ou seja, o faz de conta de que há democracia só aumenta a desconfiança de pais e alunos em relação à escola.
Dentre as muitas questões importantes que o filme desperta, uma há que é fundamental: as desigualdades sociais não se anulam dentro da escola. A escola não pode ser uma instituição transformadora dentro de uma sociedade conservadora. O esforço individual não é suficiente para lutar contra uma estrutura que elimina e exclui. No entanto, a conscientização desses problemas pode tirar professores e alunos de lados opostos, levando a uma luta coletiva para a transformação da educação escolar e da sociedade.




Título Original: Entre les Murs.
Origem: 
França, 2008.
Direção: 
Laurent Cantet.
Roteiro: 
Laurent Cantet, François Bégaudeau e Robin Campillo, baseado em livro de François Bégaudeau.
Produção: 
Caroline Benjo, Carole Scotta, Barbara Letellier e Simon Arnal.
Fotografia: 
Pierre Milon, Catherine Pujol e Georgi Lazarevski.
Edição: 
Robin Campillo e Stéphanie Léger.




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