O filme “A menina roubava livros” é uma grande reflexão
sobre questões ideológicas e um verdadeiro exercício de solidariedade com o
próximo. Dirigido por Brian Percival o longa é emocionante e vale a atenção
pela delicadeza e fotografia impecável.
Resenha de filme: A
Menina que Roubava Livros
Filme: A Menina Que
Roubava Livros
Direção: Brian Percival
Elenco: Geoffrey Rush, Emily Watson, Sophie Nélisse
Gênero:Drama
Duração: 112 min
Sinopse: A Menina
que roubava livros é uma doce e reflexiva fábula sobre morte e o Holocausto.
Baseado no best-seller de Markus Zusak, o filme conta a
história de Liesel Meminger (Sophie Nélisse), garota criada pelos pais adotivos
Hans Hubermann (Geoffrey Rush) e Rosa (Emily Watson).
Os nazistas chegam ao poder e o bom cristão Hans esconde
o jovem judeu Max Vandenburg (Ben Schnetzer) no sótão. Liesel rouba livros da
biblioteca e os leva para Max. Inevitavelmente um laço surge entre eles e
valiosas e perigosas lições de vida são aprendidas. O roteiro simples é elevado
pelo habilidoso Brian Percival, que insere com sutileza o mal na vida de toda
essa gente.
Narrada pela própria morte e ambientada na Alemanha
nazista, a trama segue a jovem Liesel (Sophie Nelisse), filha de comunistas que
é adotada por Hans (Geoffrey Rush) e Rosa (Emily Watson), após a morte de seu
irmão.
Analfabeta, a garota aprende a ler com seu novo
"papa" e encontra conforto nas palavras escritas. Sem opção, ela
começa a roubar e compartilhar livros e, aos poucos, também passa a escrever
com o incentivo de um jovem judeu que a família esconde no porão. O diretor
Brian Percival seguiu o máximo que pôde todas as linhas e idéias de Markus
Zusak e transportou para as telonas, principalmente, a emoção o que amarra a
história e prende a atenção do espectador do começo ao fim.
Do mesmo estúdio de As Aventuras de Pi, o filme repete a
beleza plástica das cenas vistas na história de Richard Parker. Com a
fotografia irretocável do filme e a atuação de feras como Geoffrey Rush (O
Discurso do Rei) e Emily Watson (Anna Karenina), assistir ao desenrolar da vida
de Liesel Meminger é como teletransportar-se para 1941, época em que o nazismo
imperava na Alemanha e uma nação inteira vivia o regime do führer.
A situação das famílias germânicas pobres durante a
guerra, o sofrimento de quem não concordava com o regime, a quase obrigação de
filiação ao partido e o alistamento obrigatório de velhos e crianças estão
entre as situações abordadas no longa-metragem.
Na história, a pequena Liesel – vivida pela
talentosíssima Sophie Nélisse, perde o irmão tuberculoso e, em seguida, é
separada dos pais – que são levados pelos guardas do III Reich depois de
acusados de comunismo. Assim, ela vai morar com uma família adotiva, sob os
cuidados do amoroso “papa” Hans Hubermann (Geoffrey Rush) e a rabugenta mãe
(Emily Watson).
O tema central do livro, que dá nome à obra, aparece
quando a garota aprende a ler com o pai adotivo e se apaixona pelo mundo
ficcional das histórias.
A vontade de ler e escrever dá um novo sentido à vida da
pequena jovem, que começa a roubar títulos para alimentar sua nova alegria.
Aliás, o segundo roubo da menina é uma das cenas mais marcantes do filme.
Depois de ver os nazistas queimarem uma pilha de obras que não consideravam
adequadas para leitura, a garota resgata um menos chamuscado e esconde em seu
casaco.
Destaque também para os atores, Geoffrey Rush é conhecido
por personagens extravagantes e aqui prova ser habilidoso também ao interpretar
o homem comum. Ele é o principal responsável pela doçura e humor do filme.
Emily Watson também está perfeita como mulher dura que
esconde seu lado sensível. Ela enfrenta muito bem o papel clichê, sem
transformá-lo em algo caricato.
E com uma sensibilidade de gente grande, Sophie Nélisse
transforma cada olhar em palavra conduzindo o público brilhantemente para as
profundezas da razão e emoção contidos em cada parágrafo dessa bela história.
A Menina que Roubava Livros conta com uma fotografia
fantástica e com um figurino que não deixa a desejar. Grande parte das cenas do
filme pode ver a presença do vermelho, que reforça a presença do nazismo em
todas as situações da trama. Outro fator que ajuda a dar ainda mais emoção ao
filme é a trilha sonora de John Williams.
"A Menina Que Roubava Livros" garante emocionar
muitas pessoas, mostrando que a simplicidade da narrativa não altera o impacto
da trama em quem entende o contexto da época.
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